Você sofreu com uma crise de dor lombar a ponto de se automedicar com um analgésico ou de correr para uma emergência? Talvez não, mas certamente conhece alguém ou já ouviu alguém falar sobre isso. Mas já há algum tempo as associações médicas desencorajam o uso de medicamentos como primeira medida para o tratamento da dor lombar. Mas e se a dor for tão intensa a ponto de dificultar ou impedir a realização das atividades diárias?
Uma das alternativas é o uso da fisioterapia no tratamento. Mas antes, segundo a fisioterapeuta do LPH Fabiana Silveira, a dor lombar é um sintoma e saber a causa do mal-estar é a melhor forma de encontrar a solução ideal para cada pessoa.
“A dor lombar tem causa multifatorial e é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Aproximadamente 84% das pessoas terá algum episódio de dor lombar na vida. A maioria das dores lombares são inespecíficas, em 95% dos casos mais precisamente e, isso significa que a dor lombar mais comum não tem nenhuma causa pato anatômica, ou seja, não há nenhuma estrutura da coluna envolvida, seja ela disco intervertebral ou vértebra. A dor lombar é mais um sintoma do que uma doença e assim como outros sintomas, pode ter muitas causas. Na nossa avaliação, não deixamos de analisar os fatores cognitivos, psicológicos, econômicos e sociais, além dos movimentos, força muscular, flexibilidade e gestos esportivos específicos. Tudo isso está associado à dor lombar”, explica a fisioterapeuta, que atende desde os mais jovens aos mais experientes.
No Laboratório de Performance Humana, muitos atletas amadores que sofrem com dores lombares são tratados com a fisioterapia desde o início. Segundo a fisioterapeuta, primeiro com técnicas para o alívio da dor nos casos de lombar aguda e crônica. Em seguida, passam por uma avaliação minuciosa de diversos componentes que podem influenciar o quadro.
“As pesquisas atuais indicam que a maioria das pessoas se recuperarão dentro de algumas semanas. O prognóstico da dor lombar é favorável, no entanto, levando em consideração a quantidade de horas de treinamento aos quais são submetidos alguns atletas, esse aumento da demanda pode aumentar a dor e a incapacidade, ou seja, a demanda pode ser maior que a capacidade musculoesquelética do atleta’.
Fabiana explica que a fisioterapia tem uma ampla visão sobre a dor lombar. Antes de se decidir como será a abordagem no tratamento, é preciso avaliar o paciente.
“A abordagem varia de acordo com o que encontramos. Temos diversas ferramentas disponíveis, mas o tratamento é baseado na educação e na orientação do paciente ou do atleta. São terapias manuais e exposição gradual às atividades através de exercícios ativos. É possível alcançar a cura, ou seja, não apresentar mais o sintoma. Mas isso depende de uma série de fatores”.
Além de tratar a dor lombar e suas causas, a fisioterapia pode ajudar também na prevenção, ao cuidar da saúde musculoesquelética. Equilíbrio, força, flexibilidade e mobilidade podem ser trabalhados em sessões e exercícios de fisioterapia.
“Procuramos manter a musculatura equilibrada, com força adequada, flexibilidade e mobilidade das articulações. Trabalhamos o controle motor dos membros inferiores, a força e endurance da musculatura do tronco. No caso de atletas, promovemos a contração excêntrica nos treinos, além da potência muscular. E com reavaliações quantitativas e periódicas, monitoramos e analisamos essas valências para que o atleta possa treinar de forma personalizada. Ao mesmo tempo mostram ao paciente a importância de respeitar o tempo de descanso entre os treinos complementares e de ter um sono e uma alimentação de qualidade”.